1. O planejamento da cidadania italiana e a turnê do Mark Knopfler na Itália

17 de março de 2016 Paula Esposito

O terremoto em relação aos meus planos da cidadania italiana me surpreendeu pouco antes do embarque. Dali vieram cabíveis e lisérgicas tentativas de ir contra a maré de tudo que era entrave aos meus anseios. Junto a minha inconformidade em perder o show do Mark Knopfler, surgiu a oportunidade de onde menos se espera.

 

O planejamento do processo da cidadania italiana

Desde 2007, eu vinha pesquisando, preparando e pagando caro na retificação dos meus documentos referentes ao processo de cidadania italiana na Itália, uma vez que pelo consulado demoraria anos. Também nessa época, uma amiga da minha mãe disse que eu poderia residir com ela em Turim, pois fixar residência neste país é imprescindível para entrar com o pedido. Acordado isso, comecei o planejamento financeiro e cronológico que este tipo de viagem requer.

Por coincidência, no final de 2009, quando as averbações dos meus documentos estavam começando a desenrolar (mais tarde descobri serem desnecessárias e superfaturadas), o Mark Knopfler – ex-vocalista e guitar hero do Dire Straits – anunciou o lançamento de outro disco solo: Get Lucky. Achei o título deliciosamente sugestivo, bem compatível com o porvir.

 

A turnê do Mark Knopfler na Itália

Em março do ano seguinte fiquei sabendo da turnê desse disco. Como sempre, o Brasil ficou de fora. Aliás, nosso país padece dos extremos das apresentações internacionais: ou recepciona os enlatados da moda ou as bandas decadentes e requentadas. Muito de vez em quando rola alguma exceção. Corri à net para baixar o novo álbum e aproveitei para ver os locais dos shows.

 

 

Como eu previra, o Mark, assim como todo artista que almeja sucesso, reconhecimento e muito dinheiro, já havia pedido a bênção do tio Sam: a turnê já varrera todos os Estados Unidos. Curioso isso. Como um país de cultura tão duvidosa exerce tanto poder no alavancamento e manutenção da carreira de um artista? Aquela imensa lata de coca-cola com asas de espelho rodopiando na órbita terrestre realmente reflete com veemência o american way of life sobre as demais culturas. Justiça seja feita, há música boa nos Estados Unidos e exímios músicos também. Os instrumentistas que acompanham o Mark em suas turnês, não raro, são de lá.

Afastei meus devaneios e fui percorrendo os locais da parte europeia do Get Lucky Tour. Só na Itália seriam quatro shows: Padova, Lucca, Perugia e Roma. Cliquei para ver a disponibilidade dos ingressos. Logo o moral do cara veio à tona: quase tudo esgotado. Afastei-me do computador triste por não poder fazer parte daquilo.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *